É espantosa a forma como prolifera a iluminação dos montes na região. Há casas e terrenos de particulares que têm mais iluminação que a aldeia de Boassas inteira. A necessidade de afirmação, o provincianismo saloio dos "senhores doutores" que chegam das cidades e querem mostrar as suas belas "maisons" de desenho caseiro em estilo "neo-português-suave" é um atentado á vista. E não bastava só sê-lo durante o dia. Agora nem à noite passam despercebidos, que o estatuto social não tem dia nem hora. Até porque eles nem sequer têm medo do escuro. Que culpa têm eles do atrazo existente no mundo rural, onde à noite não há carros, movimento e luzes para afastar lúgubres pensamentos. Estrelas?...Pássaros e animais nocturnos?...Aumento do consumo da energia eléctrica?...Aquecimento global?...«Quero lá saber disso. Quero é mostrar a minha casa nova, até porque o andar lá na cidade não se pode iluminar e mostrar "ao público"!... E a factura, afinal, é a dividir por todos.»
Isto a propósito do brilhante artigo "Poluição Luminosa", de Bernardino Guimarães, a ler no blog «Campo Aberto».
1 comentário:
Este artigo foi "linkado" para o blog "Maracujá", onde se pode ler o seguinte: A partir do blog Boassas cheguei a este interessante artigo, sobre uma consequência da ocupação humana que raras vezes é falada, a poluição luminosa que nos impede de ver o céu nocturno nas nossas cidades. Lembro-me de olhar o céu à procura das estrelas que vinham nos livros, nas noites de verão passadas na terra dos meus pais e ficar deslumbrado com a via láctea. Hoje, mesmo lá já é difícil ver para além das estrelas mais brilhantes e a via láctea desapareceu.
Este é, de facto um assunto a merecer mais atenção e debate. Os prejuízos avultados são impressionantes, não só para o meio ambiente e para o aumento do consumo de energia, como para a diminuição da qualidade de vida em geral. Obrigado António e até breve...
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