terça-feira, dezembro 27, 2005

Assembleia Geral ordinária - Convocatória

Está a ser enviada aos sócios da APOBO a convocatória para a Assembleia Geral ordinária do corrente ano, a realizar no próximo dia 30 (sexta-feira), pelas 15.30 h, na sede provisória da Associação Por Boassas, sita na Casa do Cerrado, em Boassas, com a seguinte ordem de trabalhos:
1. Discussão, votação e aprovação do Orçamento para o próximo ano.
2. Discussão, votação e aprovação do Plano de Actividades para o próximo ano de 2006.
3. Ponto da situação e informações eventuais sobre as actividades recentes da associação. Agradecemos, desde já, a comparência de todos os associados.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Sustentabilidade e Eficiência Energética na Arquitectura e Construção

Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos promove um seminário sobre "Sustentabilidade e Eficiência Energética na Arquitectura e Construção".
O seminário decorrerá entre os dias 19 e 28 de Janeiro de 2006, no Espaço Cubo, em Lisboa. No dia 19, pelas 16h45, o Professor Doutor Jacinto Rodrigues irá fazer uma palestra sobre o «Padre Himalaya e o Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável». Seguidamente será apresentado o filme documentário «A Conspiração Solar do Padre Himalaya». Para mais informações clique aqui.

Aprender em Curitiba

(Uma experiência urbana no brasileiro estado do Paraná, que faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina)

Curitiba, capital do Estado do Paraná, tem quase um milhão e meio de habitantes. A sua situação geo-estratégica coloca-a num lugar privilegiado.
O Estado do Paraná faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina.
Para além de ter uma boa abertura fronteiriça com esses países, Curitiba encontra-se numa situação específica onde, num raio de 1300 Km, estão situados os maiores pólos económicos do Brasil, ficando assim situada no centro da região mais industrializada da América do Sul. Mas, ao mesmo tempo, o Estado do Paraná confina com uma das maiores e mais belas reservas naturais: as espectaculares cataratas de Iguazú.
A experiência de Curitiba nada tem a ver com uma "utopia" ecológica desligada da envolvente social brasileira. Não é portanto um "modelo" fechado que vive por exclusão esquizofrénica da restante realidade brasileira.Contudo, contendo no seio da sociedade-cidade todos os contrastes e contradições da sociedade brasileira (a pobreza e a opulência) assiste-se também a uma realidade singular que não deixa de nos surpreender. Aqui, nesta experiência urbana, existe uma estratégia envolvente que sem rigidez nem purismos vai entrelaçando desejos e realidades, vai despoletando a participação das populações num movimento de pedagogia social, em que a utopia se concretiza e a realidade vivida tem referências românticas dum idealismo cívico e ecológico que o pessimismo conservador julgava impossível.
Duma forma sintética julgo que o segredo desta experiência reside no facto de se ligarem aspirações sociais aos interesses individuais e esses mesmos interesses às aspirações, graças a uma mobilização contínua na solução dos problemas, gerando-se pela prática a consciência acrescida das populações e do seu papel na transformação e mudança de vida.
O paradigma exemplar desta pedagogia social pode revelar-se em algumas das actuações que referiremos em seguida:

1. Reciclagem dos lixos
A campanha "lixo que não é lixo - lixo que é riqueza" promoveu, à escala do bairro, uma mobilização popular forte. Os mais desfavorecidos, com o apoio de carrinhos distribuídos pela municipalidade, transformaram-se nos "catadores de papel" e descobriam que o lixo era assim moeda de troca no "câmbio verde" organizado pelo município.
O "camião verde" apanhava, em pontos estratégicos, várias recolhas de bairro efectuadas pelos populares e "pagava" o lixo com os certificados que permitiam a troca por alimentos, livros, bilhetes culturais, brinquedos, etc. Nascia também, neste contacto entre a população e a instituição camarária, uma nova realidade: a recolha do papel em Curitiba salvava 1516 árvores por dia.

2. Apoio aos excluídos
A progressiva consciência das populações carenciadas desenvolveu-se também com a experiência da "Fazenda Solidariedade" - quinta agrícola de Campo Magro, onde se faz a reintegração social de desempregados e se promove, graças aos produtos rurais que aí se produzem, a elaboração de uma sopa distribuída por um autocarro refeitório que atende cerca de 92.212 pessoas carenciadas, por ano.

3. 0 Jardim e o Museu Botânico de Curitiba
Para além dos especialistas que investigam e coordenam os trabalhos notáveis do jardim botânico, são também convidadas escolas para o trabalho no jardim, com a orientação de professores. Aí se educa o amor pela terra e a formação ecológica das crianças e jovens.Uma das actuações no jardim botânico foi a criação de um jardim medicinal que propiciou a plantação de espécies fitoterápicas em pequenos vasos que constituem viveiros didácticos que apoiam as "farmácias" caseiras e a "farmácia verde" em conexão com os serviços de saúde.

4. A Universidade Livre do Meio Ambiente
Reciclando postes de eucalipto, que anteriormente serviam de postes telefónicos, construiu-se um equipamento em madeira que serve de logística para a universidade livre, integrada num parque ecológico. Graças ao "design" criativo do arquitecto Domingos Bongestabes, foi possível gerar-se, com materiais pobres, uma interessante estrutura arquitectónica que se integra maravilhosamente no "sítio".
Neste local funciona uma organização não governamental, a Universidade Livre do Meio Ambiente, cuja iniciativa tem sido essencial na investigação ecológica e na formação de quadros promotores do eco-desenvolvimento.
Não se pode deixar também de falar de várias outras experiências sociais, que contribuem para este envolvimento pedagógico entre a municipalidade, as instituições, as associações não governamentais e a sociedade civil: as Feiras Livres de Agricultura, que aproximam os produtores agrícolas dos consumidores; a Feira Verde, onde se comercializam produtos naturais, sem químicos; e o "Shopping Popular", cooperativa de consumo. São iniciativas em que a vida económica se manifesta numa óptica de solidariedade, procurando não apenas respostas quantitativas mas enunciando estratégias qualitativas para um modo alternativo de sociedade. O "Farol do Saber" é também mais um exemplo para melhor se entender este processo que se constrói todos os dias no seio de clivagens sociais antagónicas, entre esperanças e ilusões, num desafio permanente à recuperação estagnante e à mudança. O "Farol do Saber" está a generalizar-se pelos diferentes bairros. É um centro polivalente que funciona como Escola/Biblioteca/Sala de convívio cívico e centro da polícia municipal.
Trata-se de uma arquitectura emblemática. Referenciando-se ao "farol de Alexandria", pretende ganhar visibilidade na cidade. Implantaram-se já alguns desses edifícios modelos em vários bairros. Do lanternim cimeiro da torre, durante a noite, espelham-se os clarões luminosos, assinalando o local da cultura, do encontro cívico e da segurança social.
São estas algumas das sementes desta experiência social. Acompanham e catalizam experiências espaciais.
Na cidade, surgem zonas verdes, parques, redes de transportes públicos que pretendem em comodidade e serviço, dissuadir o tráfego automóvel no centro da cidade. Vão surgindo as propostas de concretização e melhoramento do plano director.
Fizeram-se saneamentos especiais, limparam-se ribeiros e criaram-se novos loteamentos com casas sociais, numa grande diversidade de linguagens e materiais. Está-se a promover, depois do bairro novo e no seguimento da rua das tecnologias, a cidade verde ou a eco-cidade que, distendendo-se ao longo da periferia de Curitiba, acumula experiência, multiplica dinâmicas sociais e aponta para novos modelos de espaços públicos, energias renováveis e sistemas integrados de transportes. Curitiba não é um paraíso, nem um modelo acabado onde se eternizaram ideais imutáveis de uma utopia sem falhas. Curitiba é um processo. Mas um processo onde todos os dias se tentam ganhar mais actores à construção de uma cidade onde se experimentam e inovam mudanças numa sociedade de contradições e antagonismos.

A. Jacinto Rodrigues, professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
(Artigo publicado no Jornal "a Página", ano 8, nº 76, Janeiro 1999, p. 16.)

terça-feira, dezembro 20, 2005

No país do "chico-espertismo"... Para ler e reflectir...


Por Eduardo Prado Coelho - in Público de 17 de Novembro de 2005

"A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.... igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!"

Eduardo Prado Coelho - in Público de 17 de Novembro de 2005

quinta-feira, dezembro 15, 2005

A Averróis (1126-1198)


Recordamos a passagem do 807 º aniversário da morte de Averróis, cujo verdadeiro nome era Abu al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Munhammad Ibn Ruchd (أبو الوليد محمد بن احمد بن محمد بن احمد بن احمد بن رشد), notável filósofo árabe, nasceu em Córdova (Espanha) em 1126 e morreu em Marrakech (Marrocos) em 10 de Dezembro de 1198. "Foi um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles. Aliás, o próprio Aristóteles foi redescoberto na Europa graças aos árabes e os comentários de Averróis muito contribuíram para a recepção do pensamento aristotélico. Averróis também se ocupou com astronomia, medicina e direito canônico muçulmano." A ler na Wikipedia.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Douro Património Mundial em risco...

Quatro anos após a elevação do Alto-Douro vinhateiro a "Património Mundial da Humanidade", a candidatura encontra-se em risco, devido à "má construção e às lixeiras" que proliferam sem controlo pela zona classificada... Recordamos de imediato as palavras e atitudes de um dos autarcas da região, que na altura aqui comentamos, e que dizia assim: "Não aceitamos que venha alguém de Lisboa ensinar-nos a governar a paisagem que foi construída por nós. Se ela é bonita, foram as gentes da terra que a construíram e preservaram e não as de Lisboa"... Pois, pelos vistos não seria a "mesma paisagem" e não basta vir alguém de Lisboa. Terá mesmo que ser de Bruxelas, lá da distante Europa... Assim que haja oportunidade haveremos de voltar a este assunto. Por ora concluimos apenas que é a triste sina de um país que caiu na mão de...(digamos)...ineptos! Notícia de última hora, a ler no "Público".

segunda-feira, dezembro 05, 2005

«Glosa de Natal»


“A estação dos Natais comercializados chegou. Para quase toda a gente - fora os miseráveis, o que faz muitas excepções - é uma paragem quente e clara no Inverno cinzento. Para a maioria dos celebrantes de hoje, a grande festa cristã fica limitada a dois grandes ritos: comprar, de maneira mais ou menos compulsiva, objectos úteis ou não, e empanturrar-se a si e às pessoas da sua intimidade, numa mistura indestrinçável de sentimentos em que entram igualmente a vontade de dar prazer, a ostentação e a necessidade de se divertir. E não esqueçamos os pinheiros, símbolos antiquíssimos que são da perenidade do mundo vegetal, sempre verdes, trazidos da floresta para acabarem morrendo ao calor dos fogões, e os teleféricos despejando esquiadores na neve inviolada.
Embora não sendo nem católica (excepto de nascimento e de tradição), nem protestante (excepto por algumas leituras e influências de alguns exemplos), nem mesmo cristã no sentido pleno do termo, nem por isso me sinto menos levada a celebrar esta festa tão rica de significados e seu cortejo de festas menores, o São Nicolau e a Santa Lúcia do Norte, a Candelária e os Reis. Mas limitemo-nos ao Natal, esta festa que é de nós todos. Trata-se de um nascimento, de um nascimento como todos deveriam ser, o de uma criança esperada com amor e respeito, trazendo em si a esperança do mundo. Trata-se dos pobres: uma velha balada francesa canta Maria e José procurando timidamente em Belém uma hospedaria para as suas posses, sempre desprezados em favor de clientes mais ricos e reluzentes e por fim insultados por um patrão que «detesta a pobralhada». É a festa dos homens de boa vontade, como dizia uma admirável fórmula que infelizmente já nem sempre se encontra nas versões modernas dos Evangelhos, desde a serva surda-muda dos cantos da Idade Média que ajudou Maria no parto até ao José aquecendo as fraldas do recém-nascido diante de um pequeno fogo, aos pastores cobertos de sebo mas julgados dignos da visita dos anjos. É a festa de uma raça tantas vezes desprezada e perseguida, porque é judeu o recém-nascido do grande mito cristão (falo de mito com respeito, e emprego a palavra no sentido dos etnólogos modernos, significando as grandes verdades que nos ultrapassam e de que precisamos para viver).
É a festa dos animais que participam no mistério sagrado desta noite, maravilhoso símbolo de que São Francisco e alguns outros santos sentiram a importância, mas que os cristãos comuns desprezam, não procurando neles inspiração. É a festa da comunidade humana, porque é, ou será dentro de dias, a dos três Reis cuja lenda quis que um fosse preto, alegoria viva de todas as raças da Terra levando ao menino a variedade dos seus dons. É a festa da alegria, mas também da dor, pois que a criança adorada será amanhã o Homem das Dores. É enfim a festa da própria Terra, que nos ícones da Europa de Leste vemos tantas vezes prosternada à entrada da gruta onde o Menino nasceu, a mesma Terra que na sua marcha atravessa neste momento o ponto do solstício de Inverno e nos arrasta a todos para a Primavera. Por esta razão, antes que a Igreja tivesse fixado o nascimento de cristo nesta data, ela era já, nos tempos antigos, a festa do Sol.
Parece que não é mau lembrar estas coisas que toda a gente sabe e que tantos esquecem.”

Marguerite Yourcenar em: “ O tempo esse grande escultor” - 1976