quinta-feira, junho 16, 2005

Douro Internacional

Miguel Sousa Tavares dizia, há algum tempo, que os grandes "destruidores" do país eram as autarquias e os autarcas e que por isso era contra a chamada regionalização... O caso recente dos quatro autarcas do Parque Natural do Douro Internacional que abandonaram a comissão directiva da área protegida em protesto contra a aprovação do plano de ordenamento, que querem ver revogado é elucidativo deste facto.
Os autarcas referem que querem ter a última palavra no que diz respeito à exploração da albufeira do Douro para fins turísticos e discordam do parecer vinculativo do ICN e direcção do parque sobre as intervenções no território. Mais interessantes são os argumentos apontados, e passo a citar o presidente Edgar Gata:
"Não aceitamos que venha alguém de Lisboa ensinar-nos a governar a paisagem que foi construída por nós. Se ela é bonita, foram as gentes da terra que a construíram e preservaram e não as de Lisboa".
Inacreditável!... Caciquismo e demagogia q.b.! Como se as pessoas que construiram a paisagem do Douro fossem as Câmaras actuais. Bem sabemos que se assim fosse era tudo betão e asfalto, centros comerciais, rotundas; entulheiras e lixeiras na berma das estradas. Aliás a própria classificação do Alto Douro vinhateiro está em risco, precisamente pela incapacidade das autarquias em solucionar estes (e outros) problemas.
Enfim, são posturas como esta que nos fazem pensar que Sousa Tavares tinha (e tem) razão, salvo as excepções que confirmam a regra. Esperemos pois que o Governo seja firme e não ceda às pressões dos caciques locais.

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