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sexta-feira, junho 28, 2013

Porto/Douro - crime com nomes - JN















"O Porto não seria a melhor cidade do turismo europeu 2013 se não tivesse o Douro. Tudo o que se passa no rio e na região devia ser também responsabilidade da segunda cidade/região do país. E é por isso que a sentença de morte final da UNESCO, indiferente à destruição extrema praticada pela EDP sobre o rio Tua (a par do que está a suceder no rio Sabor), é um momento histórico no pior sentido. Representa a falência acéfala dos autarcas do Douro e do Norte, mas também dos burocratas políticos que na Comissão de Coordenação da Região Norte calaram e assinaram de cruz o que convinha ao governo da ocasião.
 
A decisão da UNESCO representa ainda que o presidente da EDP, António Mexia, conseguiu o apoio obediente da ministra do Ambiente, Assunção Cristas, e assim pôr fim irreversível a dois rios extraordinários e uma linha de comboio única - que só outro futuro económico recuperaria com a grandeza correspondente ao seu potencial turístico.
Mas este crime envolve muitos nomes. Um deles é Durão Barroso (como primeiro-ministro e presidente da Comissão Europeia). Bruxelas sempre tratou com o maior desprezo as causas dos ambientalistas, que o alertaram em tempo contra estes danos gigantescos. Depois, José Sócrates foi o protagonista da mais brutal insensibilidade da Esquerda ao desenvolvimento sustentável, como se continuar a pôr "muros de Berlim" nos rios, em pleno século XXI, fosse sinónimo de energia limpa ou de inteligência humana.
 
Os 300 milhões pagos pela EDP ao Governo Sócrates para obter as concessões do Plano Nacional de Barragens foram grátis. Os especialistas (que ainda restam sem avenças com a EDP) já demonstraram vezes sem fim que as novas barragens são as novas scut - vão condicionar a factura de energia dos portugueses por décadas, acrescentando maiores parcelas onde elas já representam 50% da nossa conta fixa, haja ou não haja consumo.
Os autarcas do Douro não quiseram ver tudo isto, porque são políticos como Judas - pensam nas 30 moedas. Chamam ao betão das barragens "desenvolvimento" e às sandes dos trabalhadores das obras "animação do comércio local". É verdade que a pobreza atual da região precisa de iniciativa. Mas esse é que é o drama: depois das obras destruidoras do ecossistema e da paisagem, o que voltará não será pobreza, será ultrapobreza. Espreitem as outras regiões com barragens no Norte e indiquem uma onde haja "desenvolvimento" com turismo de natureza extraordinário...
 
Esta decisão é ainda reflexo do que representa o novo turismo do Douro - um turismo de cruzeiro, de passeata, premiadíssimo - mas à custa dos durienses 'índios da Amazónia': cuidem da paisagem a custo zero, para nós brindarmos com champanhe e baile à passagem do navio... Fica zero no Douro. Zero. É turismo canibal. E como os barcos não sobem o Tua ou o Sabor, é-lhes indiferente. Só que um património da humanidade é mais do que subir o rio. É uma memória, é um conjunto de factores que são assim há séculos e séculos. Isso está bem patente num pequeno filme de 18 minutos disponível em www.pan.com.pt/valedotua - feito altruisticamente por voluntários do Partido dos Animais e da Natureza.
 
Em todo este processo das barragens houve a corajosa luta de algumas associações ambientalistas. E ouviu-se uma voz empresarial dissonante: a família Symington, líder mundial do vinho do Porto. Numa carta à UNESCO, Paul Symington alertou para as consequências ambientais da criação de dois lençóis de água no Tua e Sabor, que porão em causa o ambiente climático ancestral da região, e para o seu impacto nas vinhas. E afirmaram: "Qualquer projeto que danifique esta paisagem única irá comprometer o futuro de todos os envolvidos na produção de vinho e no trabalho associado à região".
Há uma razão para isto: os Symington estão no Douro há mais de um século, vivem daquele delicado ecossistema. Vão lá continuar mesmo depois das infinitas autárquicas e seus caciques, dos Mexias presentes e futuros, de governos monárquicos, ditatoriais ou democráticos. É gente como eles que vai sofrer com a ganância e a destruição irreversível. Com decisões tomadas em gabinetes políticos ou financeiros por gente 'fashion', de plástico, rodeada de ar condicionado e alcatifas fofas. Um dia, isto explode nas ruas (como na Turquia ou no Brasil)."
 
Daniel Deusdado in JN de 20 de Junho de 2013

quarta-feira, julho 04, 2012

"Ruralidade é modernidade" (Aldeias de Portugal)


RURALIDADE É MODERNIDADE

Ser rural é ser simples, é transformar tempo perdido em tempo vivido!
É preterir filas de trânsito por passeios ao ar livre, é prescindir de filas para tudo e mais alguma coisa para ter tempo para tudo e mais alguma coisa!
Ser rural é trabalhar e ter tempo para continuar a estudar, é ter tempo para pensar e disponibilidade para amar!
Ser rural é preterir ar poluído por um respirar descontraído!
Ser rural é acordar no silêncio de pensamentos livres, é sair à rua que é nossa, é beber o café no alpendre ao som do silêncio de um livro, é receber visitas de portas abertas, é ouvir bater à porta e dizer "- Entre! Quem é?"
Ser rural é viver simples. É ser livre, ter família ali ao pé, é ser dono de nós próprios.

Paulo Costa in "Aldeias de Portugal"

(Foto do Largo da Roseira na "Aldeia de Portugal" que é Boassas)

quarta-feira, maio 16, 2012

UNESCO vai mandar parar obras de construção da Barragem do Tua - País - Notícias - RTP

UNESCO vai mandar parar obras de construção da Barragem do Tua - País - Notícias - RTP

"O Comité do Património Mundial da UNESCO acusa as autoridades portuguesas de deslealdade por nunca terem referido a intenção de construir a Barragem do Tua no processo de candidatura do Douro a património mundial. Por isso, as obras de construção da barragem vão ter que parar."

"A notícia é avançada pelo jornal Público, que teve acesso ao projecto de decisão que contém várias exigências ao Estado português.

A UNESCO quer travar as obras e ir ao terreno fazer o levantamento do impacto das alterações que foram feitas ao projecto. A conservação da área classificada é uma das preocupações."

Rosa Azevedo

quarta-feira, maio 09, 2012

A Igreja românica da Ermida... um crime público!!!

Este vetusto templo foi o núcleo central da paróquia de S. Pedro da Ermida a partir dos fins do século XIII. Posteriormente foi Igreja Matriz do extinto concelho de Ferreiros de Tendais e sede paroquial da freguesia de Oliveira do Douro durante vários séculos. Apenas deixaria de funcionar como igreja em meados do século XX. É um templo de características românicas, cuja parte mais antiga aparenta ser a ábside e que M. Gonçalves da Costa refere como sendo "contemporâneo das origens cristãs na Península".
Hoje, para nossa tristeza (e vergonha), encontra-se completamente abandonado e a ameaçar ruína. O tecto da ábside já colapsou e algumas paredes começam a abrir brechas causadas pelas infiltrações... Num concelho que se diz pobre, a ignomínia de se poder dar ao luxo de deixar perder assim parte do seu mais importante património (e importante fonte de riqueza), parece-nos uma grave ofensa, sobretudo para com os seus habitantes e antepassados. E não nos venham com a desculpa de que não existe dinheiro para a sua recuperação, pois só o que se gasta em foguetes e outras imbecilidades que tais, daria para salvaguardar este e muitos outros monumentos!!!...

(Bibliografia consultada: "Boassas. Uma aldeia com história", Cerveira Pinto, Manuel, Edições Jornal Miradouro, Porto, 2008)

domingo, fevereiro 19, 2012

Património (destruído) de Boassas


Mais um exemplar da genuína e tradicional arquitectura popular de Boassas que desapareceu. Desta vez foi o edifício que vemos na imagem, no lugar do "Fornelo". Sem qualquer projecto, sem licença, sem aviso de obra... sem cumprir qualquer legislação ou regulamento e a ocupar parcialmente a via pública. Foi demolida, para dar lugar a uma "maison" construída por um qualquer "pato-bravo". Isto na única aldeia classificada do concelho (Aldeia de Portugal, desde 2005), designada no Plano Director Municipal como Local de Valor Patrimonial e a integrar o Plano de Salvaguarda das Albufeiras da Régua e Carrapatelo (POARC). Se for apresentado o devido projecto na câmara, impecavelmente elaborado, provavelmente "chumba" porque falta uma vírgula!!!!!... Depois queixam-se da "crise", da "economia"... e sabe-se lá do que mais... não se queixam é da corrupção!!!!!...

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Sta. Bárbara... pelos pedreiros de Boassas


Após alguma pesquisa e perseverança consegui encontrar a estátua de Santa Bárbara pela qual a D. Olga Gregório, que vive actualmente no Brasil, encarecidamente nos perguntava há algum tempo atrás. A figura encontra-se a encimar o portão da magnífica "Quinta de Santa Bárbara", junto à entrada este da vila de Cinfães. Terá sido esculpida pelo avô da D. Olga Gregório, o Sr. Deocleciano Ribeiro, da célebre família de pedreiros de Boassas conhecida como "os Gatos".

domingo, novembro 20, 2011

Património da Humanidade do Alto Douro Vinhateiro ferido de morte


"Quercus apresenta denúncia à UNESCO e lança apelo a cidadãos

Património da Humanidade do Alto Douro Vinhateiro ferido de morte


A Quercus - ANCN formalizou uma segunda denúncia à UNESCO relativa à construção da barragem de Foz Tua a denunciar o imenso estaleiro em que se transformou aquela região classificada do Alto Douro Vinhateiro. Relembramos que a UNESCO classificou em 2001 o Douro como Património da Humanidade incluindo a Foz do rio Tua, sendo esta zona e todo o Vale do Tua um cartaz turístico relevante da região classificada.


A ferida que se rasga na foz do rio Tua, com os trabalhos de construção da Barragem do Tua em curso, é visível a quilómetros de distância, em diferentes locais de ambas as margens do Rio Douro.

Pretende a queixa agora apresentada impedir a consumação de um verdadeiro atentado a um património ambiental e cultural insubstituível.

Objecto de denúncia na queixa agora apresentada foi, também, a instalação de uma vasta rede de linhas de alta tensão em toda a região do Alto Douro desde Foz Tua até Armamar, com significativos impactos paisagísticos negativos.

Apelamos a todos os cidadãos e associações, nacionais e internacionais, que façam chegar o seu apelo à UNESCO no sentido de pressionar o governo português a parar com estas obras. Poderão fazê-lo através do e-mail
cnu@unesco.pt, recorrendo, se desejar, ao modelo de carta que disponibilizamos em anexo."

(Notícia recolhida no boletim da QUERCUS)

sexta-feira, outubro 28, 2011

A arquitectura tradicional de Boassas






















Um dos já muito raros exemplares de arquitectura tradicional existentes em Boassas, localizado na Rua Serpa Pinto, junto ao Largo do Casal.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Os caminhos do Vale da Bestança

Os fantásticos caminhos pedestres que se encontram ao longo da Bestança são um património inestimável que se encontra em extinção e que deveria ser preservado. O mesmo poderemos dizer relativamente a toda a rede hidríca (moinhos, levadas, açudes, etc.)...

segunda-feira, abril 25, 2011

"Pinheiral" por Myriam Giménez


Uma verdadeira preciosidade esta placa toponímica criada pela artista valenciana Myriam Giménez aquando dos II Encontros Internacionais de Ceramistas em Boassas, em 2006.

quinta-feira, abril 01, 2010

Património de Boassas


Malgrado a destruição perpetrada diariamente, o património de Boassas sobrevive e, por vezes, somos até surpreendidos por notícias curiosas e improváveis, como a da descoberta de um moinho secular no Ribeiro do Lameirão. Falta agora saber se, tal como a maior parte da arquitectura popular da aldeia, do forno comunitário, da capela, da Arribada ou dos caminhos pedonais, não irá ser também destruído pela incúria e pela ignorância... Esperemos que tenha melhor sorte, pois poderá ser mais um elemento a valorizar a aldeia, o seu património e a sua vocação cultural e turística. A ver vamos...

domingo, dezembro 20, 2009

Caminho da "Fonte da Pedra" por Xavier Monsalvatje


Uma verdadeira preciosidade esta placa toponímica do artista valenciano Xavier Monsalvatje e que assinala um dos mais típicos (e ainda relativamente bem conservado) caminhos de Boassas, o denominado "Caminho da Fonte da Pedra".
A obra de Xavier Montsalvatje pode ser vista aqui ("clicar" na palavra sublinhada).

segunda-feira, outubro 19, 2009

O "crime" da Quinta do Paço





Este foi (mais) um dos exemplares de genuína arquitectura popular existentes na Quinta do Paço que desapareceu no incêndio que devastou a quinta no final do verão. Não foi notícia, conforme o próprio desaparecimento de praticamente toda a mancha florestal também não. Não houve jantares, nem conferências, para que os nossos tão atentos jornalistas tomassem conta do facto, como fizeram, por exemplo, com o protocolo celebrado entre a câmara e a empresa construtora encarregue de cimentar aquele espaço (facto muito mais importante, está bom de ver...). Já se sabe que neste país as notícias correm melhor quando são bem "regadas" e "acompanhadas" por um bom naco. Por outro lado, duvido que alguém na própria câmara municipal soubesse da existência deste edifício, onde se localizava, ou como se chamava. É assim o país que temos...(e não saímos disto!)

segunda-feira, setembro 07, 2009

O "AZAR" DA QUINTA DO PAÇO...


Há quatro anos lamentávamos aqui a destruição parcial da Quinta do Paço da Serrana por um incêndio de grandes dimensões, que apesar de tudo não havia consumido a grande floresta. Hoje acabou de arder o que então remanesceu. O concelho de Cinfães perdeu o seu maior símbolo cultural e natural e também um dos espaços mais importantes de bio-diversidade e valor paisagístico de todo o distrito de Viseu. Claro que foi apenas "azar". Em quatro anos todas as medidas e mais algumas foram tomadas no sentido da preservação daquele espaço, para que não voltasse a suceder o mesmo. Por exemplo, a limpeza constante e assídua da floresta, para o qual contribuiu a classificação de todo o conjunto como área protegida pela Direcção Geral das Florestas, proposta pela APOBO (Associação Por Boassas) prontamente apoiada pela Câmara Municipal de Cinfães. Infelizmente "o azar" não permitiu sequer que fossem identificadas algumas das espécies assinaladas pelos técnicos da DGF... Agora será já impossível. Claro que é o azar. Pois, como dizíamos atrás, todas as medidas e mais algumas foram tomadas, até porque o espaço foi cedido a uma empresa para exploração turística, pelo que não só as autarquias, como os próprios investidores estavam plenamente empenhados na protecção de toda aquela riqueza. Vejamos, por exemplo, as medidas de prevenção e vigilância eram exemplares (havendo rondas pela floresta de guardas 24h por dia) e os acessos foram não só melhorados, como criados alguns novos, de forma a possibiltar o ataque rápido pelos bombeiros a partir da parte inferior da quinta. Também os pontos de água existentes na quinta estavam todos operacionais, para além do próprio sistema de distribuição de bocas de água ao longo de todo aquele espaço. Até nos passeios a Fátima proporcionados pela CMC aos idosos do concelho não tem sido descurada a salvaguarda da Quinta do Paço, sendo-lhes sempre lembrada a importância de uma "rezinha" para a preservação de todo aquele património. Por último, não nos esqueçamos do investimento em termos humanos e materiais com que os próprios bombeiros têm sido dotados no concelho, em que será de salientar o esforço enorme e que implicou o corte orçamental em 300.000 € de duas festas de S. João, que foi a aquisição de um helicóptero de ataque a incêndios, plenamente justificado pelo facto de este ser um concelho com uma área florestal considerável. Mas, enfim, o "azar" tem destas coisas e quando o destino assim o quer não há medidas, nem rezinhas, que nos valham... Mas ainda irão aí aparecer más-línguas a dizer que muito mais poderia ter sido feito, como se o destino pudesse ser contrariado. Enfim... os do costume!

(A fotografia que ilustra este artigo é da autoria do ceramista espanhol Fernando Malo)

sábado, julho 18, 2009

O Cipreste da Casa do Outeiro no "Venerables Árboles"


O cipreste (Cupressus sempervirens L.) da Casa do Outeiro, classificado como árvore de Interesse Público a pedido da Associação Por Boassas é mencionado no fantástico blogue espanhol "VENERABLES ÁRBOLES". Trata-se da única árvore classificada do concelho de Cinfães e não deixa de ser curioso como o facto (que é relevante em Espanha) é em Cinfães pura e simplesmente ostracizado e ignorado. Note-se que (para além do meu livro "Boassas. Uma Aldeia Com História") este não é mencionado, uma vez que seja, em qualquer publicação, roteiro, guia turístico ou cultural...
De qualquer forma ele aí está e as suas características podem ser vistas na página da Autoridade Florestal Nacional, donde se destaca a seguinte nota: "Este exemplar localiza-se no jardim de uma casa senhorial de época pós barroca, datada de 1733. O cipreste era não só na região, a árvore que identificava as casas de carácter senhorial daquela época, como servia também de ponto de referência a grandes distãncias. Este cipreste foi retratado pelo notável artista plástico Lima Machado Pereira, numa tela a óleo a que deu o nome de "O cipreste dos Cerveiras". Fonte (Memória descritiva apresentada pela Associação por Boassas)".
A fotografia é da escultora Carla Capela.

sexta-feira, julho 03, 2009

Património desaparecido...


As palavras que nos faltavam para acompanhar esta imagem chegaram-nos de Montão, pela mão de Campelo de Sousa, que no comentário que nos fez chegar, diz assim:

"(...) Quantas histórias estarão por trás desta bela imagem !
Será que tudo quanto os nossos antepassados nos legaram estará condenado ao desaparecimento?
Será que as novas gerações apenas sabem destruir ?
Pois é ! É tão fácil destruir aquilo que outros construiram! (...)"

segunda-feira, maio 04, 2009

A "Casa António Osório" no "O Diário do Alarife"


O blogue "O Diário do Alarife" publica imagens sobre um dos poucos edifícios de arquitectura tradicional recuperados em Boassas - A Casa António Osório. Trata-se de uma obra publicada e que integrou também o rol de edifícios de valor patrimonial que levou à classificação da povoação como "Aldeia de Portugal"...

terça-feira, abril 21, 2009

A Casa Orlando Constante no "O Diário do Alarife"


O blogue "O Diário do Alarife" publica alguns textos e imagens sobre um dos raros exemplares de arquitectura contemporânea em Boassas - a Casa Orlando Constante/Graça Tendais. A obra encontra-se publicada em livros e catálogos e integrou algumas exposições de arquitectura.
Para aceder basta "clicar na imagem ou na palavra sublinhada.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Que turismo em Boassas?


Numa altura em que a crise afecta praticamente todos os sectores da vida económica o turismo parece gozar ainda de boa saúde. Claro que esta área não está imune e a recessão também aí se irá fazer sentir. Creio porém que uma gestão racional e organizada dos recursos poderia atenuar fortemente esta tendência. No entanto é precisamente o contrário que vemos fazer. Aposta-se muito mais em indústrias poluentes, asfalto e betão, do que na manutenção dos recursos naturais e paisagísticos, na arte, ou na cultura... mesmo quando a aposta se faz nestas áreas, raramente impera o bom-senso. Preferem-se os grandes empreendimentos que favorecem as multinacionais e o capital centralizado nas grandes urbes, aos pequenos projectos turísticos locais, que trazem benefícios directos sobre a população residente.
Neste aspecto posso dizer que preconizei um certo pioneirismo em Boassas ao fazer o projecto, a expensas próprias, para a primeira unidade turística local - a denominada "Casa do Lódão". Têm-se dito muitas asneiras a propósito do surgimento desta unidade turística, nomeadamente que "surgiu para colmatar a falta de alojamento turístico na região". Na realidade a unidade surge por exclusiva ideia minha, no sentido de recuperar o edifício e torná-lo rentável economicamente. Decidi fazer e aprovar o projecto porque estava sentido e magoado com o meu pai, isto porque embora lhe tivesse pedido que não o fizesse, ele havia mandado demolir parcialmente o edifício, "para passar o tractor". Muitos anos depois de lhe oferecer o projecto aprovado, e após muita insistência da minha mãe, o meu pai decidiu então fazer a obra, que é hoje um caso de sucesso...
Contudo após todo este tempo (a obr
a está a funcionar há cerca de 5 anos) o exemplo ainda não colhe a opinião favorável da maioria da população, embora, e ao contrário do que auguravam todas as opiniões, seja, como dissémos, um assinalável caso de sucesso. De facto o mais difícil é mudar mentalidades!...
Cheguei a fazer ainda mais dois projectos de turismo para Boassas e um terceiro nas proximidades, no lugar do Lodeiro. Um foi a chamada "Casa dos Goivos", de que já aqui falei. Fiz, sem custos para os proprietários, a pré-inscrição na Direcção Geral do Turismo, que seria aprovada. No entanto, numa atitude incompreensível, a casa viria a ser demolida pouco depois pelos próprios donos... (Dá Deus nozes...!!!!!). O outro projecto que fiz e aprovei (tanto na Direcção Geral do Turismo, como na Câmara) foi para a multissecular "Casa do Cerrado" (na foto). A propriedade é também do meu pai e o projecto previa uma unidade de turismo rural com 6 quartos. O projecto acabou por ficar na gaveta e a inoperância e desleixo deixou que expirasse a validade do mesmo na câmara... (Mais uma vez, "as nozes"...!!!!). O terceiro projecto, da "Casa do Lodeiro", apenas chegou a ser esboçado. Ainda assim, mais uma vez de forma altruísta, cheguei a abrir o necessário processo, preenchi a ficha de inscrição no turismo e realizei o levantamento fotográfico... o levantamento arquitectónico apenas não foi realizado porque, embora planeada, não cheguei a acertar a data com o meu colega arq. Renato de Brito... E ainda bem!...

sábado, novembro 29, 2008

Página da Associação Cultural Serpa Pinto


Foi recentemente criada a página da Associação Cultural Serpa Pinto, facto que saudamos e aplaudimos. Infelizmente, o património da família que é a Quinta do paço da Serrana e que hoje pertence à Câmara Municipal de Cinfães, permanece ao abandono e em constante estado degradação acentuada. Que é feito da Fundação Serpa Pinto?... Da futura Casa-Museu?... Do Parque Natural, cultural e agrícola da Quinta do Paço?... e de tantas outras ideias que se poderiam aproveitar para que o concelho, com base nas suas próprias potencialidades pudesse assim desenvolver-se e mostrar-se ao país e ao mundo?... A resposta é que parece que isso "não está no âmbito" dos nossos governantes! É mais ceder por mais de meio século a interesses especulativos... A ver vamos o que nos diz o futuro.
Para aceder à página da ACSP
basta cursar sobre a própria imagem ou nas palavras sublinhadas.
(A fotografia pertence ao livro de Carlota de Serpa Pinto "Como Serpa Pinto Atravessou a África")