A senhora Joana Carmezim, na feira de Cinfães, última das afamadas doceiras de Boassas. Mais uma arte que se vai perdendo na voragem dos tempos, do "fast-food", do insípido e do vulgarizado em detrimento do genuíno, do autêntico e tradicional
«São célebres as doceiras de Boassas, presença célebre e constante em qualquer feira e Romaria de Cinfães ou dos concelhos vizinhos. Aí se instalam com as suas tendas, espécie de enormes guarda-sóis de madeira e toldo de pano, as iguarias dispostas nos compridos tabuleiros, protegidos por panejamentos alvos e decorativos.
Não há acontecimento, festa ou arraial digno de registo se não for acompanhado com um doce típico. A Páscoa será talvez a época do ano em que mais se fabricam e vendem. Nesta altura, em que as galinhas põem mais ovos, produz-se também o pão-de-ló.
Os doces mais típicos são, porém, os deliciosos bolos de manteiga, vulgarmente chamados de “matulos”, quiçá pela sua forma amorfa e desajeitada. Mas são também célebres as “fatias”, espécie de pão-de-ló, cortado em fatias rectangulares e com uma cobertura de açúcar branco, parecidos com as célebres “cavacas” de Resende, assim como uns pequenos bolos de pão-de-ló, redondos e achatados e totalmente recobertos de açúcar. Antigamente a manteiga com que se faziam os “matulos” era trazida da serra de Montemuro pelas sardinheiras de Boassas. Tanto a manteiga como os outros produtos da serra eram trocados directamente pelo peixe que levavam.» [1]
Não poderia deixar de referir aqui outros doces típicos de Boassas, embora não comercializados nas feiras e festividades da região, mas mais ligados às festas familiares (no caso ao Natal), nomeadamente: as filhós (tão bem confeccionadas pela sra. Do Céu) e os "formigos" (espécie de açorda doce - ovos, pão, açúcar, sultanas e canela. - e, provavelmente, mais uma herança árabe...).
[1] Manuel da Cerveira Pinto in "Boassas, uma aldeia com história" - 2004
«São célebres as doceiras de Boassas, presença célebre e constante em qualquer feira e Romaria de Cinfães ou dos concelhos vizinhos. Aí se instalam com as suas tendas, espécie de enormes guarda-sóis de madeira e toldo de pano, as iguarias dispostas nos compridos tabuleiros, protegidos por panejamentos alvos e decorativos.
Não há acontecimento, festa ou arraial digno de registo se não for acompanhado com um doce típico. A Páscoa será talvez a época do ano em que mais se fabricam e vendem. Nesta altura, em que as galinhas põem mais ovos, produz-se também o pão-de-ló.
Os doces mais típicos são, porém, os deliciosos bolos de manteiga, vulgarmente chamados de “matulos”, quiçá pela sua forma amorfa e desajeitada. Mas são também célebres as “fatias”, espécie de pão-de-ló, cortado em fatias rectangulares e com uma cobertura de açúcar branco, parecidos com as célebres “cavacas” de Resende, assim como uns pequenos bolos de pão-de-ló, redondos e achatados e totalmente recobertos de açúcar. Antigamente a manteiga com que se faziam os “matulos” era trazida da serra de Montemuro pelas sardinheiras de Boassas. Tanto a manteiga como os outros produtos da serra eram trocados directamente pelo peixe que levavam.» [1]
Não poderia deixar de referir aqui outros doces típicos de Boassas, embora não comercializados nas feiras e festividades da região, mas mais ligados às festas familiares (no caso ao Natal), nomeadamente: as filhós (tão bem confeccionadas pela sra. Do Céu) e os "formigos" (espécie de açorda doce - ovos, pão, açúcar, sultanas e canela. - e, provavelmente, mais uma herança árabe...).
[1] Manuel da Cerveira Pinto in "Boassas, uma aldeia com história" - 2004
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