O rio Bestança continua a ser alvo da atenção dos pretensos "desenvolvedores" do país. Depois de encherem a Serra de Montemouro de "ventoinhas", de fazerem no Douro uma das maiores barragens do país (Carrapatelo), de construírem mini-hídricas nos rios Ardena e Cabrum, continuam a insistir em fazer barragens no Bestança. Cinfães é, seguramente, um dos concelhos do país que mais energia produz (e provavelmente dos que menos consome), no entanto a energia não é aí mais barata, nem consta que os habitantes tenham lucrado muito com estes investimentos, já que continua a ser um dos menos desenvolvidos do país...
4 comentários:
A propósito da energia produzida em CNF, ainda à pouco tempo comentava com um grupo de amigos residentes na parte baixa (oeste) do concelho sobre a qualidade da energia que chega às nossas casas. É que já desisti de ter na minha mesinha de cabeceira o meu radio-relógio digital, pois sempre que chegava em casa do trabalho o dito aparelho estava à «piscar». Cansei de ter que acertá-lo quase todos os dias e optei por guardá-lo na gaveta!
Confesso a minha ignorância nessa área, mas se realmente produzimos tanta energia, por que é que acontece com frequência «picos» de energia em nossas casas, não creio que seje da potência, pois alguns dos meus amigos têm contadores com grandes potências e dizem acontercer o mesmo em suas casas. Será que só acontece na parte baixa do concelho? E por que mais uma barragem? Quais serão as vantagens? Já não ia à São Pedro do Campo a bastante tempo, qual não é o meu espanto quando me preparava para tirar uma foto à capela e reparo que como pano de fundo surge uma grande hélice... um dos cartões postais que costumávamos ver nos quiosques já não é o mesmo! Quanto é que Cinfães lucrou com a alteração paisagistica de São Pedro do Campo em instalar aquelas eólicas? Agora... uma barragem no Bestança?!
Realmente, «as pessoas são inimigas do que ignoram».
Simone Rocha
Olá Simone
O seu comentário é pertinente e faz todo o sentido. Na realidade há que ponderar muito bem estes "investimentos". A curto prazo até pode parecer um grande "negócio", este das eólicas, mas, a longo prazo já não será assim tão certo, se tivermos em conta o prejuízo que acarreta para o turismo, por exemplo... São empresas muito poderosas que utilizam todos os recursos possíveis para levar os seus intentos avante. Distribuem dinheiro pelas populações, pelas autarquias, pelas paróquias (!!!???) e até pelas supostas associações "ambientais"!... Por isso singram, quase sem objecções. Quase todas estão instaladas em áreas ecológicas importantes (Reserva Ecológica e Rede Natura) e são construídas estradas de acesso em locais de grande riqueza arquológica que nem sequer foram ainda estudados... Quanto às mini-hídricas, bastava de facto cumprir a legislação que já não seria possível qualquer pretensão, mas...
Enfim, já diz o ditado: "em terra de cegos..."
Obrigado pela sua participação e volte sempre.
BARRAGEM NO BESTANÇA NÃO !!!
Estou totalmente de acordo com o comentário feito pela Simone Rocha.
Eu penso que Cinfães só tem a perder com as alterações paisagisticas já levadas a cabo, e com aquelas que ainda aí virão a troco de uns milhares de euros !
Quem hoje vai a Cinfães, zonas de Montemuro e Gralheira, já não vale a pena ir carregado com máquina fotografica e com teleobjectivas, pois arrisca-se a que as suas fotografias tenham como pano de fundo os famosos monstros eólicos !
Lá se foi a beleza natural desta terra !!!
E agora mais uma barragem ? E eu é que sou o burro ? tou mesmo a ver que sim ! È só catedráticos neste País !
Eu já acredito em tudo ! Só não acredito na justiça, pelo andar da carroagem até essa já se compra e vende !
As: Campelo de Sousa.
http://montao.blogspot.com
Caro Campelo de Sousa
Por princípio não sou contra a produção de energia eólica, bem pelo contrário. No entanto a proliferação de eólicas no concelho de Cinfães é feita (como tudo, aliás) sem qualquer critério ou planeamento. Como não há uma ideia para o que deve ser o desenvolvimento do concelho confunde-se este tipo de investimentos com "desenvolvimento". Cinfães só teria a ganhar se planeasse o seu futuro. Por este andar qualquer dia há mais "ventoinhas" em Cinfães do que pessoas...
Obrigado pela participação.
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