Se fosse hoje teria feito questão de que esta casa mantivesse o nome pela qual sempre a conheci... a "Casa do Sr. Chico". Era o caseiro da "Quinta do Outeiro" e recordo com saudade o seu rosto bondoso, desenhado por uma vida bastante dura, que por vezes fazíamos alterar, quando lhe estragávamos as culturas com as nossas irreflectidas brincadeiras de criança. Tentei que a casa mantivesse, tanto quanto possível o seu aspecto exterior, já que no interior pouco havia a recuperar. As pedras mantiveram os musgos e líquenes seculares, as telhas também; as portas continuam a ser em madeira, embora agora com vidro, mantendo-se as portadas interiores e até o branco da cal foi reposto... Não tinha água canalizada, saneamento, quarto de banho, telefone ou electricidade. O forno foi reconstruído no exacto local onde se encontrava anteriormente e a organização espacial interna tenta, de alguma forma, seguir o pré-existente... Farão os turistas, que agora a ocupam quase semanalmente, ideia de como era a vida nesta casa rural?... Farão ideia de quem foram durante tantas décadas os seus habitantes?... Conseguirão (eles e os nossos leitores) identificar a casa de que estamos a falar?...
Para finalizar, apenas uma palavra para a Sra. do Céu, que acompanha o Sr. Francisco na foto e que era sua cunhada. Ainda vive, em Boassas, e faz as melhores filhós que já provei. A ambos é dedicado este apontamento.